quinta-feira, 11 de março de 2010

A Outra Face



A Outra Face



Rio de Janeiro, verão. Eu, envolta por sentimentos estranhos. Penso num local ideal onde gostaria de estar... Meu quarto! Nele, descarregava o todo o peso que me acompanhava de cada dia, enormes para uma menina de 12 anos, franzina e que acabar de descobrir seu mais novo amigo: O medo! E minha vida começava a se tornar uma montanha russa, numa catarse e descobri que tentar viver intensamente, não demonstrando rebeldia, já que todos passam por essa fase. E pra se sentir livre é preciso se refazer a cada momento, sem barreiras, flexível, disposto a tentar, se arriscar, se permitir errar e se caso o erro se tornar constante e maçante, não deixar que os outros cumpram a sua pena. O passado não pode servir de desculpa ou auto defesa pra se flagelar. Mas eu fiz! E carreguei todos os sentimentos do mundo ao mesmo tempo. Eu me fiz assim, como se fosse pra uma guerra, vesti minhas armaduras. Nos tempos de paz , já retalhada pela guerra, esqueci ou acabei me acostumando com esse peso, pois esse era o que menos me incomodava. Só não consegui discernir que nem todos ao meu redor estavam fazendo parte desta guerra, que era só minha. Sofri, chorei, conversei com as paredes, tive todo o estágio de abandono, ou pelo menos “gostava” de me sentir assim. Transformei-me em amargura. Isso me dói, doeu aos que me cercavam. Sinto-me como um pássaro preso na gaiola. Se me soltam agora, depois de tudo que vivi, corro o risco de não conseguir voar com precisão. Assim é o medo, este é o meu medo! Embriago-me, acendo um cigarro, dois... Na esperança de me encontrar, reencontrar. Mas não, não me encontro, me perco e, com gosto! Vi a outra face do medo, o amor. O vi brotar, e tinha tudo pra florescer, mas apodreceu, morreu! E me paralisei, criei obstáculos intransponíveis, tolas atitudes que acabei colhendo-as com o tempo. Aliás, colho até hoje. Agora, um tempo depois, preciso entender de que não tenho mais tempo a perder, é tempo de agir! E que o medo não pode se tornar nocivo. Preciso plantar uma nova semente, e regá-la para que floresça, cresça! Esta foi a minha vida, durante muito tempo, pensei demais, temi a mim mesmo, lutei pra não ser tão flexível, impunha minhas verdades, meu orgulho... Esta foi minha vida, cheia de palavras levadas pelo vento com o tempo.


Um comentário:


Tentar respirar, arrumar a casa. Estou bem melhor desde a última vez em que tentei. Yeah!

Viva e deixe-se viver!

Viva e deixe-se viver!
" Fora do fluxo normal das coisas.Como deveríamos ser. Sem regras. As coisas apenas são o que são.O que as tornam irremediáveis é o tamanho que nossos olhos querem projetar..."